Afinal, qual a melhor opção para comprar um carro 0 km? Existe uma regra clara e inquestionável na hora de realizar a compra de um automóvel: dê a maior entrada possível. Se chegou sua vez de comprar um carro, por vontade ou necessidade, esteja atento as melhores opções para realizar o pagamento e não cometa erros que podem fazem você perder muito dinheiro. Neste post, vamos explicar os que influencia os valores da compra à vista e parcelada de um carro e fazer alguns cálculos para mostrar o que é mais vantajoso.
Dois itens são imprescindíveis na hora de realizar a compra de um automóvel e fazer um bom negócio: muita pesquisa e racionalidade. Quando tratamos de um montante de dinheiro tão expressivo, existem vários cenários que podem fazer com que o comprador se arrependa da sua decisão futuramente, por isso é bom analisar todas as alternativas com calma e segurar a emoção!
Atente-se para as suas contas pessoais antes de investir em um carro
Antes de decidir pela compra de um carro, o primeiro passo é verificar suas contas pessoais. A maioria das pessoas gasta mais que 50% da renda mensal com despesas fixas. Isso é um fator que impede muitos brasileiros de acumular dinheiro e poder tomar decisões financeiras de grande impacto. Se a compra de um carro zero for demandar um sacrifício financeiro intenso por longo período, é um sinal de que o comprador deve esperar mais um pouco.
Para a compra parcelada, especialistas indicam que o valor da parcela do veículo e das demais despesas que o acompanham — como seguros, impostos, revisões etc. — não pode ultrapassar 30% da renda mensal do comprador. Inclusive muitas financiadores usam essa base de cálculo para liberação de crédito.
Independente da compra ser à vista ou a prazo, as despesas que o comprador tem após a compra do carro zero são estimadas em 10% do valor do veículo. Nesse montante, estão incluídos IPVA, DPVAT (seguro obrigatório), emplacamento e seguro particular. Não esqueça de analisar também estes gastos antes da compra do automóvel!
Mais entrada = Mais desconto = Menos juros
Obviamente, a melhor opção para a compra de um carro zero é à vista, pois assim o comprador pode contar com maior poder de barganha. Comprando um carro à vista, é possível negociar preços especiais, bem como obter benefícios envolvendo opcionais, documentação, combustível, etc. A regra é essa é não muda: quanto maior a entrada, maior o desconto e menor a taxa de juros. Raras são as montadoras que, atualmente, não oferecem nenhum tipo de desconto na compra à vista. A redução geralmente está entre 3% e 10% do valor total do carro!
Fique muito atento quanto às opções de financiamento, uma vez que elas possuem elevadas taxas de juros. Saiba que se o valor de entrada for pouco expressivo em relação ao total do veículo (inferior a 40%), essas taxas ficam ainda maiores!
Sabe o que é CET?
CET é Custo Efetivo Total e deve ser levado em conta! Ao negociar um veículo, muitas pessoas só levam em conta os juros do banco, sem impostos e taxas. Esse valor hoje (aplicados apenas para veículos 0 km) parte de 1,4% e pode chegar a 4%. Esse é um problema que aparece na hora de fechar a compra para valer: com taxas e impostos, os juros negociados aumentam!
Exemplo: Rebecca comprou um carro de R$ 72.500 e deu R$ 32 mil de entrada, que correspondem a quase 45% do valor. O resto da quantia ela optou por financiar em 48 vezes (4 anos) com juros de 1,45%. Só que com as taxas e os impostos do financiamento, os juros pulam para 1,67%. O valor da parcela, que ficaria em R$ 1.177,03 vai a R$ 1.233,29. Essa diferença representa um aumento de R$ 2.700,75 ao final de quatro anos.
Compare o CET com a taxa de rentabilidade que você consegue em um investimento
Por regra, o custo efetivo total (juros + custo do financiamento) é sempre maior que a taxa de rentabilidade que se consegue em um investimento. Comparando os dois valores temos a certeza que comprar à vista (ou dando o máximo possível de entrada) é sempre mais vantajoso. Samy Dana, professor da FGV, explica qual é o raciocínio por trás desta lógica: “Hoje, a poupança paga 0,5%. Se investir bem o dinheiro, dá 0,8% ao mês (já descontados impostos e taxas) – não tem aplicação que renda mais que isso. Financiar o carro em vez de pagar à vista só faria sentido se você tivesse juros menores que 0,8% ao mês, que não existe.”
É claro que nem todas as pessoas possuem dinheiro para comprar um carro à vista e, por vezes, a necessidade é maior que o tempo que ela pode esperar. Porém, além das dicas de finanças pessoais (citadas acima) que você deve se atentar, é importante conhecer opções mais rentáveis caso você tenha a chance de esperar.
Tenha disciplina para guardar dinheiro
Quem não tem disciplina para guardar dinheiro, também não terá para pagar a parcela e pode acabar correndo o risco de ficar inadimplente. Se você tem dificuldade para poupar dinheiro, pode usar os sistemas do banco que tiram o dinheiro da sua conta e investem para você. Ou realizar uma poupança compulsória, como se fosse a parcela do carro, mas para você mesmo.
Vamos as contas!
Lembra da Rebecca? Vamos supor que ela tivesse o dinheiro total do carro para pagar à vista. Sem levar em conta possíveis descontos, ela teria se livrado de todas as taxas (como IOF e taxa de cadastro) e teria dado R$ 72.500 no ato. Como escolheu financiar, Rebecca pagará R$ 91.198,06 pelo veículo no total. Se Rebecca tivesse quitado o carro e depositado o valor da parcela (R$ 1.233) em um investimento com renda de 0,8% ao mês, teria juntado ao fim de quatro anos R$ 71.824,52, o suficiente para pagar o carro à vista considerando os descontos.
Supondo que Rebecca tivesse o montante total necessário para compra à vista e optou por dar R$ 32 mil de entrada e deixar R$ 40.500 na aplicação, pois falaram que isso representava segurança, já que ela teria o carro e ainda teria dinheiro guardado. Sendo assim, com dinheiro aplicado na poupança a Rebecca ficou com R$ 59.369,11 ao final de quatro anos. Ou seja, ela deixou de ganhar R$ 12.455,41 por ter optado pagar parte do carro e deixar o resto na aplicação.
A conclusão é simples: se você tem tempo para segurar a compra, a melhor opção é começar a pagar uma parcela a você mesmo e então comprar o carro à vista. Se você tem pressa, deve se atentar ao planejamento mensal, pagar a maior entrada que conseguir e saber que, ao final, pagará um carro mais caro devido aos juros e taxas.
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